terça-feira, 27 de setembro de 2011

Minhas últimas palavras

  Adeus,

  Já bebi o veneno. Ele está, lentamente, se espalhando por meu corpo frio que jaz, da melhor forma possível, ao lado do lugar onde ficará para todo o sempre.
  Posso até sentir a vida deixando-me, meu corpo expurgado de vitalidade, o amargo fim nunca me pareceu mais doce. Não sinto dor, talvez esteja demasiado entorpecida para sentir alguma parte do meu ser, mas assim está melhor, a dor da alma, embora muito mais sofrida, é muito mais confortável. Não pensei em ninguém, pois se pensasse não teria coragem, mas, quero que entendam, a minha existência é totalmente inútil ante a força da vida, pois não a possuo, nunca a possui, em vida, fui apenas um objeto falante que só servia para chorar e sofrer, estou bem agora, talvez minhas mãos não possam traçar mais nenhuma palavras pois já não tenho controle sobre mim mesma. Quero que saibam que estou bem agora, não quero que chorem por mim, pois eu mesma já fiz isso a minha vida toda.






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