sábado, 25 de agosto de 2012

Nemo

 Anseio por saber onde repousa o medo. Nas entranhas da dor eu procurei, nas profundas agonias da morte eu mergulhei, submergi em terrores, afoguei-me em meus maiores temores, embriaguei-me nos mais dolorosos amores, bebi dos mais fortes venenos... Oh! Como ardem minhas veias, pegam fogo!
  Apoio-me nessa lápide, onde vossos desejos e pecados foram enterrados. Regozijo-me ao assistir vosso desesperado arrependimento, vós fostes escravos, servistes à ele, mas vós estais mortos, assim como manda o criador.
  Vós que nasceis imersos na culpa de pecados que não cometestes, ajoelha-te, oh alma infeliz, ajoelha-te ante os altares do sacrifício e as cruzes das torturas, peças perdão, arrependa-te pelos prazeres, clames por salvação.
  De que adianta vivermos como tolos se, inevitavelmente, arderemos todos nos paraísos infernais prometidos, vós fostes enganados.
  Vossa alma agora vaga sob o sereno. Vá em frente, clame por vosso idolatrado salvador. Vós conquistastes o glorioso paraíso. Não obstante, vós estais perdidos.

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